Por Caroline Cintra, g1 DF
Partícula do vírus da varíola dos macacos; OMS detectou cerca de 80
casos em 12 países —
Foto: SCIENCE PHOTO LIBRARY/BBC
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) informou, na tarde desta segunda-feira (25), que
está preparada para enfrentar os casos de varíola dos macacos — monkeypox. No sábado (23), a
Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a doença tornou-se a nova emergência de saúde
Em entrevista ao g1, o diretor de Vigilância Epidemiológica, Fabiano dos Anjos, explicou que, no Brasil,
a situação é considerada de menor gravidade. Mas ele destaca que as "autoridades de Saúde não podem
relaxar com a situação, que tem grande potencial de transmissão, embora
não seja alto".
No DF, uma das medidas de enfrentamento à doença é a realização de testes que detectam o vírus
no próprio Distrito Federal. Atualmente, as amostras são enviadas à Universidade Federal Rio de
Janeiro (UFRJ) para confirmação.
"Todos os estados mandam para lá. Nas próximas duas semanas, a Secretaria de Saúde já vai fazer
os testes aqui. A secretaria se preparou de maneira muito ágil no sentido de pensar na possibilidade
de garantir um
diagnóstico mais rápido", diz Fabiano dos Anjos.
De acordo com o diretor de Vigilância Epidemiológica, a pasta tem retaguarda de leitos hospitalares,
considerando os grupos de maior risco, como pessoas imunossuprimidas, gestantes e crianças.
"A rede está preparada para receber possíveis pacientes com maior
gravidade".
Segundo a SES-DF, na capital, todos os pacientes com diagnóstico positivo são homens, com
idade entre 20 e 39 anos. Eles moram em Ceilândia, Samambaia, Vicente Pires, Águas Claras,
Núcleo Bandeirante,
Park Way, Plano Piloto, Sudoeste/Octogonal, Itapoã e São Sebastião.
Transmissão e letalidade
Corpo de um homem não identificado com marcas da varíola dos macacos
— Foto: CDC/Brian W.J. Mahy/Handout via
REUTERS
Na última semana, a Secretaria de Saúde do DF confirmou transmissão comunitária da doença
na capital. "É importante que as pessoas tenham conhecimento do risco de pegar essa doença e
da forma de se proteger", diz Fabiano dos Anjos.
Segundo o médico, o que se tem observado, até o momento, é que as transmissões confirmadas
no DF ocorreram por contato próximo ou
íntimo.
"Pele com pele, boca com pele, via respiratória. Esse é um vírus que pode ser transmitido pela saliva
também. Não precisa beijar a pessoa, mas é preciso ter cuidado com todos aqueles objetos que estão
próximo de quem está
com a doença", diz o diretor de Vigilância Sanitária.
Um dos alertas feitos pelo especialista são os riscos ao manter relação sexual com pessoas
desconhecidas. "Pessoas que mantêm prática sexual com multiparceiros precisam ter conhecimento
que essa
prática pode trazer risco maior de transmissão", aponta o médico.
A taxa de letalidade da varíola dos macacos é baixa, segundo Fabiano dos Anjos. Dos mais
de 16 mil casos confirmados
no mundo, cinco terminaram em morte.
"Hoje, o tipo de variante que circula pelo mundo é derivada da Nigéria. Os relatos científicos mostram
que a taxa de letalidade gira em torno de 2% a 3%. A maioria das pessoas passa pela doença de
maneira tranquila e
evolui para a cura", diz o especialista.
Sintomas da varíola dos macacos
Veja os sintomas iniciais mais
comuns:
- Febre
- Dor de cabeça
- Dores musculares
- Dor nas costas
- Gânglios (linfonodos) inchados
- Calafrios
- Exaustão
O diretor de Vigilância Sanitária, Fabiano dos Anjos, explica que os primeiros 5 dias são acompanhados
de um quadro característico de gripe. Em seguida, podem aparecem algumas manchas pelo corpo,
como ínguas, perto da orelha, da virilha,
da axila e/ou da garganta.
"Quando a febre diminui, começam a aparecer as lesões. Começam com um ponto, depois formam
bolhas com líquido incolor, depois o líquido escurece e fica parecendo uma pérola. Depois, passa
pelo processo de secar e cair", diz o médico.
Como se proteger
Pessoa usando álcool gel — Foto: Reprodução/TV
Anhanguera
O uso de máscaras, o distanciamento e a higienização das mãos com álcool gel são formas de
evitar o contágio pela varíola dos macacos. Para higienizar a casa, a
orientação é usar água sanitária.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforçou a adoção dessas medidas, frisando
que elas também servem para proteger contra
a Covid-19.
"Tais medidas não farmacológicas, como o distanciamento físico sempre que possível, o uso
de máscaras de proteção e a higienização frequente das mãos, têm o condão de proteger o
indivíduo e a coletividade não apenas contra a Covid-19, mas também contra outras doenças", alerta
a Anvisa.
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