21 horas atrás
Ministro da Saúde anuncia compra de medicamento à base de anticorpos. Terapia foi aplicada em Donald Trump. País será primeiro na UE a usar droga, a ser enviada primeiro a clínicas universitárias.
© Fabrizio Bensch/AFP/Getty Images Ministro da
Saúde alemão, Jens Spahn
O ministro da Saúde alemão, Jans
Spahn anunciou que o governo da Alemanha comprou uma nova droga contra o
coronavírus à base de anticorpos. "A partir da próxima semana a Alemanha
será o primeiro país da UE onde serão usados anticorpos monoclonais. Inicialmente
isso ocorrerá em clínicas universitárias", disse Spahn, em entrevista
publicada neste domingo (24/01) no jornal Bild am Sonntag.
"O governo alemão comprou 200
mil doses por 400 milhões de euros", acrescentou. Isso corresponde a um
preço de 2 mil euros (cerca de R$ 13 mil) por dose.
O tratamento com anticorpos visa
beneficiar pacientes adultos com sintomas leves ou moderados e com risco de
agravamento da doença. "Eles funcionam como uma vacinação passiva. A
administração desses anticorpos pode ajudar os pacientes de alto risco na fase
inicial a prevenir um agravamento da doença", disse Spahn.
De acordo com o Ministério da Saúde
da Alemanha, a administração da terapia é baseada em uma avaliação individual
de risco e benefício realizada pelo médico.
Os anticorpos monoclonais são
produzidos em laboratório, com função de desativar o vírus após a infecção.
"Monoclonal" significa que os anticorpos usados são todos iguais e
atacam o vírus num alvo claramente definido. "De acordo com os estudos
disponíveis, o medicamento pode ajudar a limitar a quantidade de vírus no corpo
e, assim, ter uma influência positiva no curso da doença", disse uma
porta-voz do ministério.
Uso possível sem aprovação
De acordo com a informação do
ministério, o órgão garantiu contingentes de dois medicamentos. Um é o
bamlanivimab, desenvolvido pela farmacêutica americana Eli Lilly; o outro são
os dois anticorpos casirivimab e imdevimab da empresa americana Regeneron, que
devem ser administrados ao mesmo tempo.
Nos EUA, a agência reguladora de
medicamentos e alimentos FDA concedeu uma aprovação emergencial para esses
medicamentos. Eles ainda não foram aprovados na União Europeia.
O ministério da Saúde alemão afirma
que, segundo a avaliação do Instituto Paul Ehrlich (PEI), órgão federal alemão
encarregado de vacinas e medicamentos biomédicos, é possível, a princípio, uma
utilização na Alemanha de acordo com uma avaliação individual entre benefício e
risco, caso não haja outras opções terapêuticas aprovadas. Os medicamentos
serão gradativamente colocados à disposição dos hospitais especializados
gratuitamente nas próximas semanas.
Trump
O ex-presidente dos Estados Unidos
Donald Trump também recebeu esse tipo de terapia quando contraiu o coronavírus.
Trump foi tratado no início de outubro com o coquetel de anticorpos REGN-COV2,
da Regeneron.
O ingrediente ativo do REGN-COV2 é
uma combinação de dois anticorpos especialmente desenvolvidos que se ligam à
chamada proteína spike do coronavírus e podem, assim, deformar sua estrutura,
impedindo que o coronavírus ataque as células humanas e se multiplique. De
acordo com a Regeneron, a combinação de dois anticorpos diferentes visa evitar
a mutação do vírus Sars-cov2.
Na entrevista, Spahn também alertou
contra atribuições de culpa durante a pandemia, num momento em que muitos
criticam a demora da campanha de vacinação no país e a falta de imunizantes
suficientes. "Falar sobre erros e omissões é importante. Mas sem que isso
se torne algo implacável. Sem que se torne apenas uma questão de colocar a
culpa nos outros", disse o ministro.
Spahn descartou o relaxamento das
restrições para contenção do coronavírus só para pessoas vacinadas até que haja
uma vacinação disponível para todos os cidadãos. "Nós nos solidarizamos em
meio a esta pandemia durante um ano. Agora, podemos muito bem seguir as regras
pelos meses restantes até que todos possam ser vacinados", disse ele.
Nesta terça-feira, a Alemanha estendeu seu lockdown nacional
até 14 de fevereiro, apesar de crescentes pedidos pela flexibilização de
algumas medidas. Epidemiologistas do país afirmam que o debate sobre um
relaxamento ainda é prematuro. "Do ponto de vista epidemiológico, não está
claro para mim por que uma flexibilização precoce (das restrições) está sendo
discutida agora", disse Hajo Zeeb do Instituto Leibniz para Pesquisa de
Prevenção e Epidemiologia à agência de notícias alemã dpa, citando as ainda
altas taxas de infecção.
Eva Grill, presidente da Sociedade
Alemã de Epidemiologia, disse estar profundamente preocupada. "Se o atual
lockdown for relaxado muito cedo, corremos o risco de uma terceira onda, que
nos atingirá com mais força, porque a nova variante do vírus é muito mais
contagiosa." MD/dpa/kna/afp
https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil/alemanha-vai-usar-novo-rem%c3%a9dio-contra-covid-19/ar-BB1d385P?ocid=mailsignout&li=AAggNbi
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