Doria vence
guerra da vacina, critica Bolsonaro e fatura com CoronaVac
Murilo Fagundes 13 horas atrás
Em evento organizado e preparado para
maximizar o momento, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), aplicou grande derrota
política ao presidente Jair Bolsonaro ao mostrar para o Brasil
inteiro, ao vivo, a primeira pessoa a receber uma dose da CoronaVac, imunizante
desenvolvido pela farmacêutica chinesa Sinovac.
© Reprodução/Governo de São Paulo -
17,jan,2021 O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), acompanhou do Hospital
das Clínicas do Estado a reunião da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância
Sanitária) que decidiu a aprovação do uso emergencial da CoronaVac
O governador disse que este domingo
(17.jan.2021) é o “Dia V”, da vacina e da vida, “daqueles que
valorizam e trabalham pela vida”. A declaração foi feita minutos depois de
a 1º brasileira ser vacinada, no Hospital das Clínicas, em São Paulo, com a
CoronaVac.
Depois de demonstrar emoção ao
cumprimentar Mônica Calazans, 54 —a
enfermeira, negra e moradora de Itaquera que foi vacinada—, Doria fez um
discurso duro e recheado de críticas Bolsonaro, mas sem nunca pronunciar o nome
do seu maior adversário político no. momento. O tucano deu um passo relevante
na sua possível campanha a presidente da República, em 2022.
“O triunfo da ciência, o triunfo
da vida, contra os negacionistas, contra aqueles que preferem o cheiro da morte
ao invés do valor e da alegria da vida”, disse Doria. “Hoje foi uma vitória
importante, a vitória da vida. Que sirva de lição para os negacionistas, para
os que não têm amor no coração, para os que desprezam a vida, que se distanciam
de um país que sofre com a morte”, afirmou. “É a vitória da vacina, da
democracia, que sirva de lição para quem flerta com a morte.”
O governador disse esperar que o
Ministério da Saúde aja de forma objetiva para fazer com que a vacina do
Butantan “chegue o mais rápido possível ao braço dos brasileiros”. Doria
pediu, ainda, que o Ministério da Saúde deixe de recomendar o uso da
cloroquina.
A Anvisa (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária) aprovou neste domingo (17.jan) o uso emergencial, em caráter
experimental, da CoronaVac, vacina desenvolvida pela biofarmacêutica
chinesa Sinovac e distribuída no Brasil pelo Instituto Butantan, e do
imunizante desenvolvido pela Universidade de Oxford em parceria com a
farmacêutica AstraZeneca. Essa foi a última etapa para disponibilizar os
imunizantes contra a covid-19 para toda a população brasileira.
Os 5 diretores analisaram e aprovaram
pareceres elaborados por três equipes da agência, formadas, ao todo, por 50
pessoas: a 1ª é a de registro de medicamentos; a 2ª, certificação de boas
práticas de fabricação; e, por último, a de farmacovigilância de medicamentos.
As 3 áreas recomendaram a liberação. Os 5 diretores, na sequência, votaram
unanimemente pela aprovação.
A LARGADA
Desde o início do processo de
submissão de dados à Anvisa, um imbróglio se instalou entre o governo federal e
o governo de São Paulo. Aposta de Bolsonaro, o transporte do imunizante da
AstraZeneca travou na última etapa.
Isso porque o governo federal
anunciou que um avião da companhia Azul buscaria 2 milhões de doses na Índia,
mas problemas logísticos atrapalharam o
plano. Agora, com a aprovação da CoronaVac, o imunizante chinês
deverá ser o 1ª distribuído no Brasil.
A adesão do governo Bolsonaro à
vacina chinesa não foi unânime desde o início. No fim de outubro, o Ministério
da Saúde chegou a anunciar que compraria 46 milhões de doses da
CoronaVac. O protocolo de intenções que estabelece as condições da
compra foi assinado pelo ministro Eduardo Pazuello. Um dia depois, Bolsonaro
afirmou que cancelou o acordo.
Agora, o governo federal voltou a
considerar o imunizante chinês e o incluiu no plano de vacinação.
A um grupo de mais de 100 prefeitos
na 5ª feira (14.jan) o ministro Pazuello afirmou que o pontapé estava previsto
para 20 de janeiro, a partir das 10h. Porém, o governador de São Paulo, João
Doria (PSDB), acompanhou do Hospital das
Clínicas do Estado a reunião da Anvisa que decidiu sobre a
aprovação do uso emergencial da CoronaVac e saiu na frente.
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