Pela segunda vez em duas semanas o presidente do tribunal, ministro Alexandre de Moraes, se encontrou com o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira. Biometria no teste de integridade é pedido da Defesa.
Por Rosanne D'Agostino, g1 — Brasília
O presidente do TSE, Alexandre de Moraes (à direita), se reuniu com o
ministro da Defesa, Paulo
Sérgio Nogueira (à esquerda) — Foto: Alejandro
Zambrana/TSE
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, recebeu nesta
quarta-feira (31) o
ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, para uma segunda reunião em duas
semanas. De acordo com o tribunal, as respectivas áreas técnicas do TSE e da
Defesa devem
apresentar, em conjunto, "a possibilidade de um projeto
piloto" para usar a biometria de
eleitores reais no chamado teste de
integridade das urnas eletrônicas.
A sugestão já havia sido feita pelas Forças Armadas no
âmbito da Comissão de Transparência
Eleitoral. Técnicos do TSE vinham
considerando a hipótese inviável.
O teste consiste
numa simulação de votação com o objetivo de provar que o voto digitado é o
mesmo que será contado. É implementado nas vésperas das eleições, em seções
eleitorais sorteadas,
que recebem de três a quatro urnas para participar do
controle.
"Foi
ressaltada por ambas as áreas técnicas, que apresentarão, em conjunto, a
possibilidade de
um projeto-piloto complementar, utilizando a biometria de
eleitores reais em algumas urnas
indicadas para o referido teste, conforme
sugestão das Forças Armadas no âmbito da Comissão
de Transparência
Eleitoral", explicou o TSE em nota após a reunião.
O TSE vinha dizendo
que fazer o teste com biometria real seria inviável porque exige convencer
uma
quantidade suficiente de pessoas a comparecer ao local do teste depois de votar
normalmente
na sua seção eleitoral. Além disso, há risco de fragilizar o sigilo
do voto, porque ele será repetido
pelo eleitor.
Importância do teste
Ainda de acordo com
o TSE, as áreas técnicas do tribunal e da Defesa enalteceram a importância
do
teste de integridade, que ocorre desde 2002, como mecanismo eficaz de auditoria
das eleições.
O TSE disse que, no
encontro, “ficou reconhecido o êxito dos testes de verificação das urnas
eletrônicas, inclusive do modelo UE 2020 [nova urna eletrônica]”.
Segundo a Corte,
“também foi reafirmado que haverá a divulgação de todos os BUs (Boletins de
Urna) pelo TSE, possibilitando a conferência e totalização dos resultados
eleitorais pelos partidos
políticos e entidades independentes”.
Além de Moraes e
Nogueira, participaram da reunião o secretário de Tecnologia do TSE, Júlio
Valente; o coronel Marcelo Nogueira de Souza, o general Rodrigo Vergara e o
secretário geral do TSE, José Levi.
Segundo o TSE,
Nogueira de Souza, do Exército, fez parte da comissão de técnicos das Forças
Armadas que inspecionou os códigos-fonte das urnas no início do mês, após
pedido da Defesa.
Na semana passada,
após a reunião com o ministro da Defesa, Moraes recebeu representantes da
Polícia Federal. O encontro durou cerca de 30 minutos. Em seguida,
representantes do
movimento Pacto pela Democracia também foram recebidos pelo
presidente do TSE.

--:--/--:--
Valdo Cruz:
Alexandre de Moraes e ministro da Defesa evitaram abordar
operação contra
empresários durante reunião
Na segunda (22), Moraes se reuniu com o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco
(PSD-MG).
Na saída, Pacheco voltou a defender a segurança das urnas
eletrônicas e o trabalho da Justiça
Eleitoral – discurso que vem sendo ecoado
por diversas autoridades do país nas últimas semanas.
Defesa e TSE
O Ministério da
Defesa, na contramão desse movimento de defesa da Justiça Eleitoral, vem
encampando as suspeitas e os ataques infundados do presidente Jair Bolsonaro à
segurança das
urnas eletrônicas e à transparência do sistema
eleitoral.
Nos últimos meses,
como membro da Comissão de Transparência das Eleições, o Exército
reclamou de não ser "prestigiado" e
cobrou "discussão técnica" sobre a lista de sugestões enviadas
pelos
militares ao tribunal.
Na prática, a maior
parte das sugestões já tinha sido acatada ou era redundante – e a decisão de
rejeitar algumas das ideias já tinha sido justificada em documentos públicos.
Em um desses
momentos de contestação, no início de agosto, o Ministério da Defesa enviou
ofício
"urgentíssimo" ao TSE pedindo acesso ao código-fonte das urnas
eletrônicas. Em resposta, o
tribunal esclareceu que o governo já poderia ter
acessado o material desde 2021 e que as equipes
estavam autorizadas a
inspecionar o código naquela mesma semana.
https://www.youtube.com/watch?v=w5uydl0-yiI
O presidente do TSE, Alexandre de Moraes (à direita), se reuniu com o ministro da Defesa, Paulo
Sérgio Nogueira (à esquerda) — Foto: Alejandro
Zambrana/TSE
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, recebeu nesta
quarta-feira (31) o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, para uma segunda reunião em duas
semanas. De acordo com o tribunal, as respectivas áreas técnicas do TSE e da Defesa devem
apresentar, em conjunto, "a possibilidade de um projeto piloto" para usar a biometria de
eleitores reais no chamado teste de
integridade das urnas eletrônicas.
A sugestão já havia sido feita pelas Forças Armadas no âmbito da Comissão de Transparência
Eleitoral. Técnicos do TSE vinham
considerando a hipótese inviável.
O teste consiste numa simulação de votação com o objetivo de provar que o voto digitado é o
mesmo que será contado. É implementado nas vésperas das eleições, em seções eleitorais sorteadas,
que recebem de três a quatro urnas para participar do
controle.
"Foi ressaltada por ambas as áreas técnicas, que apresentarão, em conjunto, a possibilidade de
um projeto-piloto complementar, utilizando a biometria de eleitores reais em algumas urnas
indicadas para o referido teste, conforme sugestão das Forças Armadas no âmbito da Comissão
de Transparência
Eleitoral", explicou o TSE em nota após a reunião.
O TSE vinha dizendo que fazer o teste com biometria real seria inviável porque exige convencer
uma quantidade suficiente de pessoas a comparecer ao local do teste depois de votar normalmente
na sua seção eleitoral. Além disso, há risco de fragilizar o sigilo do voto, porque ele será repetido
pelo eleitor.
Importância do teste
Ainda de acordo com o TSE, as áreas técnicas do tribunal e da Defesa enalteceram a importância
do teste de integridade, que ocorre desde 2002, como mecanismo eficaz de auditoria das eleições.
O TSE disse que, no encontro, “ficou reconhecido o êxito dos testes de verificação das urnas
eletrônicas, inclusive do modelo UE 2020 [nova urna eletrônica]”.
Segundo a Corte, “também foi reafirmado que haverá a divulgação de todos os BUs (Boletins de
Urna) pelo TSE, possibilitando a conferência e totalização dos resultados eleitorais pelos partidos
políticos e entidades independentes”.
Além de Moraes e Nogueira, participaram da reunião o secretário de Tecnologia do TSE, Júlio
Valente; o coronel Marcelo Nogueira de Souza, o general Rodrigo Vergara e o
secretário geral do TSE, José Levi.
Segundo o TSE, Nogueira de Souza, do Exército, fez parte da comissão de técnicos das Forças
Armadas que inspecionou os códigos-fonte das urnas no início do mês, após
pedido da Defesa.
Na semana passada, após a reunião com o ministro da Defesa, Moraes recebeu representantes da
Polícia Federal. O encontro durou cerca de 30 minutos. Em seguida, representantes do
movimento Pacto pela Democracia também foram recebidos pelo
presidente do TSE.
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Valdo Cruz: Alexandre de Moraes e ministro da Defesa evitaram abordar
operação contra
empresários durante reunião
Na segunda (22), Moraes se reuniu com o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Na saída, Pacheco voltou a defender a segurança das urnas eletrônicas e o trabalho da Justiça
Eleitoral – discurso que vem sendo ecoado
por diversas autoridades do país nas últimas semanas.
Defesa e TSE
O Ministério da Defesa, na contramão desse movimento de defesa da Justiça Eleitoral, vem
encampando as suspeitas e os ataques infundados do presidente Jair Bolsonaro à segurança das
urnas eletrônicas e à transparência do sistema
eleitoral.
Nos últimos meses, como membro da Comissão de Transparência das Eleições, o Exército
reclamou de não ser "prestigiado" e cobrou "discussão técnica" sobre a lista de sugestões enviadas
pelos
militares ao tribunal.
Na prática, a maior parte das sugestões já tinha sido acatada ou era redundante – e a decisão de
rejeitar algumas das ideias já tinha sido justificada em documentos públicos.
Em um desses momentos de contestação, no início de agosto, o Ministério da Defesa enviou ofício
"urgentíssimo" ao TSE pedindo acesso ao código-fonte das urnas eletrônicas. Em resposta, o
tribunal esclareceu que o governo já poderia ter acessado o material desde 2021 e que as equipes
estavam autorizadas a
inspecionar o código naquela mesma semana.
https://www.youtube.com/watch?v=w5uydl0-yiI
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