Família prestará queixa nesta quarta-feira (2) e informou que recebeu apoio da escola e da Secretaria de Educação de Camaçari. Mãe da vítima contou que o filho foi bastante afetado.
Por g1 BA e TV Bahia
Mãe de jovem espancado dentro de ônibus escolar
comenta o caso
A mãe do adolescente de 15 anos, que foi espancado com socos e chutes por sete garotos, dentro
de um ônibus escolar, na cidade de Camaçari, Região Metropolitana de Salvador, afirmou que vai registrar
ocorrência do caso. Segundo ela, o ato foi motivado por homofobia.
O caso aconteceu na sexta-feira (25), enquanto a vítima voltava para casa no
veículo. O adolescente foi atacado pelos colegas no coletivo e agredido com
socos, tapas e chutes. Nesta quarta-feira (2), Mara Santana contou que o filho
foi bastante afetado.
“Ele está muito abalado, o psicológico não está bem. Está muito triste e cada
hora que vê a cena, chora. Ele não aguenta mais e ontem mesmo teve muita
dor de cabeça. Hoje vamos levá-lo para o Hospital Geral de Camaçari, para
fazer uma tomografia, porque não sabemos o que está acontecendo. A secretária
de Educação e a diretora vão nos conduzir",
contou a mãe.
"É triste, porque ninguém tem o direito de fazer esse ato. Isso é um crime,
é uma tentativa de homicídio. Uma covardia”, desabafou a mãe da
vítima.
Adolescente de 15 anos sofre homofobia e é espancado por colegas em ônibus
na Bahia — Foto: Arquivo Pessoal
Mara conta que o filho foi socorrido pela mãe de uma colega, que também acabou atingida durante as
agressões.
"Ele saiu [da escola] por volta de 12h30, pegou o ônibus, e os garotos começaram a bater nele do Derba
até o lugar que ele saltou. Uma das mães de outra aluna, que foi atingida por um soco, pegou ele, colocou
dentro da casa dela, e me ligou para eu ir buscar, porque os garotos ameaçavam dizendo que iam matar.
Aí ela segurou ele dentro de casa e mandei o pai ir
buscar", contou Mara.
A mãe da vítima conta que não sabia que o filho era vítima de homofobia e intimidações até a situação
acontecer, e também afirmou que ainda não foi
procurada pelos familiares dos agressores.
“Ele relatou que sofre bullying e não é da agora. Eu não sabia. Se eu soubesse, já tinha tomado uma
providência. Acho que ele não falou por medo.
Estou muito triste".
"Sou uma pessoa que, se não fizer o bem, o mal também não faço. Sinto muito, mas em nenhum momento
os pais e os responsáveis desses garotos me procuraram e nem falaram nada. Independentemente de
qualquer coisa, tinham que me procurar. Agora, as autoridades é que vão decidir o que vão fazer, ma
s tem
que tomar uma providência, porque repudio isso e não aceito", ponderou.
Adolescente de 15 anos sofre homofobia e é espancado por colegas em ônibus
na Bahia — Foto: Arquivo Pessoal
A vítima e os agressores estudam no Colégio Estadual José de Freitas Mascarenhas. Segundo a mãe
do adolescente, a escola adotou medidas contra os estudantes e a Secretaria Municipal de Educação
disponibilizou auxílio para a família.
“A escola tomou as providências cabíveis, Hoje, a diretora, junto com a secretária – que chegou junto
apoiando, prestando apoio com psicólogo, advogado, o que eu precisar. O mais triste é que esses
adolescentes estão ameaçando meu filho pelo Instagram. A gente ainda não prestou queixa, mas vamos
fazer isso”. "Não é a primeira vez. As autoridades precisam tomar providências, porque isso não pode
acontecer.
Uma semana antes, um desses adolescentes deu um murro nele, bateu nele, dentro do ônibus. Ele
foi para a aula, porque é o único transporte que tem e ele tem que estudar. Não sabia que estava nessa
gravidade".
O caso também é acompanhado pela Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social
da Bahia (SJDHDS), que lamentou a agressão sofrida pelo adolescente. Em nota, o órgão informou
que acompanha o caso junto à
Secretaria de Educação (SEC) e a diretoria do colégio.
Por meio do Centro de Promoção e Defesa dos Direitos LGBT da Bahia (CPDD-LGBT), a
secretaria colocou a equipe jurídica e psicossocial à disposição do estudante e da família para acompanhar,
orientar e adotar providências em
relação ao caso.
Além de promover políticas públicas e a garantia de direitos, a SJDHDS reforçou que é dever de toda a
sociedade e das famílias garantirem um ambiente acolhedor para os jovens. Disse ainda que a violência
registrada no vídeo é
sintoma do ódio que tem tirado vidas de jovens e adultos LGBTQIA+ em todo o
país.
A SJDHDS reafirmou o compromisso do Governo da Bahia com a defesa de uma sociedade inclusiva,
acolhedora e livre dos discursos de ódio, e lembrou que,
por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), homofobia e transfobia são
crimes previstos em lei.
Os ministros do Supremo determinaram que a conduta passe a ser punida pela Lei de Racismo, que hoje
prevê crimes de discriminação ou preconceito.
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