terça-feira, 4 de outubro de 2022

Blitz do Zá: Mulher que morreu após tumulto por 'picanha mito' foi comprar carne para comemorar aniversário da mãe, diz irmão


Frigorífico de Goiânia anuncia 'picanha mito' a R$ 22 e gera tumulto e confusão

A mulher que morreu após passar mal durante um tumulto na entrada do Frigorífico Goiás tinha ido aproveitar a promoção da "picanha mito" para comprar carnes a fim de comemorar o aniversário de 71 anos da mãe, conforme explicou um irmão da vítima. Um vídeo mostra a confusão no local 

(veja acima).

"Muito triste. Inclusive, a carne era para celebrar o aniversário da nossa

 

mãezinha", desabafou o irmão, que não quis se identificar.

Uma funcionária do Frigorífico Goiás disse por telefone, nesta terça-feira (4), 

que a empresa não vai se manifestar sobre o caso.


O tumulto aconteceu no domingo (2), dia do primeiro turno das Eleições de 2022,

 após o Frigorífico Goiás anunciar uma promoção em suas redes sociais de que o

 quilo da picanha seria vendido a R$ 22 para quem estivesse usando a camiseta 

do Brasil. O valor original era R$ 129,99.

Yeda Batista da Silva, de 46 anos, tinha ido ao frigorífico com o marido comprar carne para o aniversário da mãe, que completa 71 anos nesta terça-feira. 

Segundo o irmão, ela passou mal no meio do tumulto e foi embora para casa.

 Em seguida, foi levada pelo marido a um hospital e, horas depois de ser 

internada, morreu devido a uma hemorragia.

Familiares registraram boletim de ocorrência relatando a morte para a Polícia 

Civil. O caso foi registrado inicialmente como morte acidental.

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Frigorífico de Goiânia anuncia 'picanha mito' a R$ 22 no dia da eleição e gera tumulto — Foto: Montagem/g1

Frigorífico de Goiânia anuncia 'picanha mito' a R$ 22 no dia da eleição e gera tumulto — Foto: Montagem/g1

Aglomeração na porta

O marido da vítima é bombeiro aposentado e disse que ela já tinha uma doença preexistente. Segundo ele, o casal foi ao frigorífico e houve uma aglomeração na porta. Com isso, a mulher acabou sendo espremida e decidiu esperar pelo marido no carro.

Quando o homem voltou, percebeu que a perna da esposa estava muito inchada 

e ela reclamava muito de dor. O casal, então, voltou para casa.

O marido contou ainda que saiu para votar, mas a esposa ligou dizendo que 

seguia com muitas dores. Ele voltou e a levou a um hospital para receber os primeiros atendimentos.

Os médicos, então, a transferiram para uma unidade especializada em angiologia, pois o problema era vascular. Porém, a mulher não resistiu e morreu devido a 

uma hemorragia.

Confusão em frigorífico após anúncio de promoção de 'picanha mito', em Goiânia — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Confusão em frigorífico após anúncio de promoção de 'picanha mito', em Goiânia — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Propaganda irregular


O juiz eleitoral Wilton Muller Salomão determinou a suspensão da promoção e da divulgação dela no domingo mesmo. "A venda de carne nobre em preço manifestamente inferior ao praticado no mercado, no valor de R$ 22, revela 

indícios suficientes para caracterizar, em sede de um juízo não exauriente,

 conduta possivelmente abusiva do poder econômico em detrimento da 

legitimidade e isonomia do processo eleitoral", escreveu o magistrado.

Em entrevista ao g1, um especialista em justiça eleitoral informou que o desconto de mais de R$ 100 no kg de picanha pode ser configurado como um "incentivo" ao eleitor votar em Bolsonaro.

"Pode ser um elemento para incentivar o voto. Claro que deve ser analisado, mas pode ser configurado crime de corrupção eleitoral", disse.

Propaganda em helicóptero

No último dia 27 de setembro, o Ministério Público Eleitoral pediu a condenação 

e o pagamento de multa de R$ 20 mil contra o cantor Gusttavo Lima e o frigorífico

 por propaganda eleitoral irregular em um helicóptero.

Em maio deste ano, o MP Eleitoral foi noticiado de que havia, no heliponto da loja Frigorífico Goiás, no Bairro Setor Sul, em Goiânia, um helicóptero totalmente adesivado nas cores verde e amarelo, com a mensagem "Bolsonaro Presidente".

Em nota, o advogado Cláudio Bessas, da Balada Eventos, informou que o helicóptero em questão não pertence ao cantor Gusttavo Lima, mas ao

 proprietário do Frigorífico Goiás. O sertanejo teve contrato de uso de imagem 

com a empresa, que já foi encerrado. "Portanto, não há qualquer 

responsabilização do cantor diante de tal fato", diz o comunicado.

Veja outras notícias da região no g1 Goiás.

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