Por Bruna de Alencar
13/04/2021 05h01 Atualizado há 3 horas
Pesquisadores identificam anticorpos
contra a Covid-19 no leite maerno de mulheres que foram vacinadas — Foto: Breno
Esaki/Agência Saúde
Dois anticorpos
específicos contra o novo coronavírus (IgA e o IgG) foram identificados no
leite materno produzido por mulheres que receberam a vacina, de acordo com um
estudo publicado nesta segunda-feira (12) na revista científica americana
"The Journal of the American Medical
Association (JAMA)".
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Os pesquisadores avaliam que o leite materno pode ser uma fonte de
anticorpos contra a Covid-19 para os recém-nascidos, embora essa conclusão
dependa de novos estudos específicos.
“Os anticorpos encontrados no leite materno dessas mulheres mostraram
fortes efeitos neutralizantes, sugerindo um potencial efeito protetor contra
infecção em bebês”, afirmam os cientistas no artigo sobre a pesquisa.
Para chegar aos resultados que confirmaram a presença dos anticorpos no
leite, os pesquisadores acompanharam um grupo de 84 mulheres em Israel entre 23
de dezembro de 2020 e 15 de janeiro deste ano.
Todas as participantes receberam as duas doses do imunizantes fabricado
pela Pfizer-Biontech respeitando o intervalo de 21 dias entre as doses.
As amostras de leite materno foram colhidas antes e depois da
administração da vacina. Após a aplicação do imunizante, os pesquisadores
coletaram o leite materno semanalmente durante um período de seis semanas a
partir do 14º dia após a primeira dose da vacina. Ao todo, foram colhidas 504
amostras de leite materno.
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Dentre as amostras colhidas na primeira semana, 61,8% apresentaram
anticorpos IgA contra a Covid. Após a segunda dose da vacina, esse percentual
sobe para 86,1%.
Já no caso do anticorpo IgG, os níveis das células de defesa contra a
doença permaneceram baixos durante as três primeiras semanas e foram aumentando
a partir da quarta semana, após a segunda dose do imunizante. Entre as semanas
5 e 6, 97% das amostras de leite materno testadas apresentaram o anticorpo.
Esse aumento acontece porque a segunda dose da vacina é responsável por
estimular o corpo a produzir um número maior de anticorpos, enquanto que a
primeira dose ensina o corpo a reagir à doença.
A pesquisa investigou dois anticorpos: O IgA e o IgM. Os anticorpos são
proteínas do sistema imune e são uma das frentes de defesa do corpo contra
doenças. Existem diferenças entre os anticorpos: o IgA, no geral, protege
contra infecções de membranas mucosas presentes na boca, vias aéreas e aparelho
digestivo. Já o IgG é o principal anticorpo presente no sangue e age dentro dos
tecidos para combater infecções.
Eficácia nos bebês
Os pesquisadores, liderados por Sivan Haia Perl, do Shami Medical
Center, apontam que o estudo tem limitações e não permite concluir que bebês
estão protegidos contra a Covid por terem recebido anticorpos no leite materno.
Eles aponta que não realizaram "nenhum ensaio funcional" para testar
a possibilidade, embora estudos anteriores já tenham mostrado capacidade de
neutralização dos mesmos anticorpos.
https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2021/04/13/leite-materno-produzido-por-maes-vacinadas-tem-anticorpos-contra-a-covid-19-diz-estudo.ghtml
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